Diamante feito de cinzas atrai classe A e vira aposta do mercado funerário

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp

Foi-se o tempo em que o mercado fúnebre vivia de lápides e organização de velórios. Seguindo uma tendência mundial de agregar serviços e expandir a atuação, ele aumentou o faturamento de R$ 1,5 bilhão anuais, segundo a Associação Brasileira de Empresas e Diretores Funerários (Abredif), com a inclusão de mimos como o diamante feito de cinzas.

À primeira vista, pode soar estranho que um ente querido seu se transforme em um diamante, dando um novo significado ao luto e ao sentido de “levar alguém” sempre consigo.

“Um diamante feito com as cinzas de uma pessoa querida ganha outro sentido e fica muito mais valioso”, explica Claudio de Luna, proprietário da Funerária e Cemitério, que atua há mais de 20 anos nesse segmento. Para ele, ampliar o leque de serviços ao cliente é fundamental para sobreviver e agradar públicos mais exigentes.

A procura desse tipo de serviço, especialmente pela classe A, faz com que esse trabalho minucioso de transformar cinzas ou cabelos de um familiar ou pets em diamante tenha se profissionalizado, atingindo níveis de excelência, como explica Claudio.

“Podemos fazer um diamante a partir de cabelos ou cinzas recentes, bem como frutos de exumação”, conta. “Cada diamante é lapidado naturalmente de acordo com a sua composição e da concentração de carbono existente em cada pessoa”, complementa o executivo, que disponibiliza esse serviço juntamente com outros mimos, tais como coffee break em velórios, cremação de animais de estimação, entre outros.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos cinco anos, o crescimento do setor funerário foi em torno de 20%- o que comprova o movimento contrário desse mercado, que ignorou a crise econômica que até hoje afeta negativamente o País.

Embora trabalhoso, o processo de transformação de cinzas em diamante gera peças exclusivas e com certificado de autenticidade, o que, segundo o empreendedor Claudio de Luna, faz com que essa procura aumente cada vez mais.

“Por meio de uma tecnologia de alta pressão e temperatura, conseguimos moldar uma peça que ficará para sempre com um familiar da pessoa que faleceu e isso traz grande alento para quem fica”, explica.

Em geral, um diamante confeccionado com cinzas ou cabelo custa a partir de R$ 3 mil. O valor pode aumentar de acordo com o quilate e coloração da pedra e, depois, esse diamante pode dar origem a pingentes ou itens decorativos.